Casal suspeito de tentar comprar bebê por R$ 500 no AM se entrega à polícia em SP
17/07/2025
(Foto: Reprodução) Casal paulista
Reprodução
O casal paulista suspeito de tentar comprar um recém-nascido por R$ 500 em Manacapuru, no interior do Amazonas, voltou a ser preso nesta quinta-feira (17), após se entregar à polícia em Ilhabela (SP). A informação foi confirmada ao g1 e à Rede Amazônica pelo delegado seccional de São Sebastião, André Costilhas, no litoral norte de São Paulo.
Luiz Armando dos Santos, de 40 anos, e Wesley Fabiano Lourenço, de 38, haviam sido detidos em flagrante no dia 11 de julho, mas foram liberados após audiência de custódia.
Segundo a Polícia Civil de São Paulo, o casal deve permanecer em uma unidade policial de Caraguatatuba até a audiência de custódia, marcada para esta sexta-feira (18). Após o procedimento, eles devem ser encaminhados ao sistema prisional paulista e, posteriormente, transferidos para o Amazonas.
O advogado de defesa informou que o casal se apresentou espontaneamente à polícia com a intenção de colaborar com a Justiça e demonstrar, ao longo do processo, que é inocente.
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A Justiça do Amazonas decretou a prisão preventiva do casal na terça-feira (15), após recurso do Ministério Público. Segundo a Polícia Civil de Ilhabela, eles se apresentaram voluntariamente após a nova ordem de prisão.
De acordo com as investigações da Delegacia de Manacapuru, o casal saiu de Ilhabela rumo ao Amazonas e estava hospedado em um hotel da cidade desde junho, aguardando o nascimento do bebê.
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A negociação para a entrega do recém-nascido teria sido feita com o empresário local José Uberlane Pinheiro de Magalhães, de 47 anos, conhecido como “Sabão”, que está preso e é apontado como o intermediador da venda.
A mãe do bebê, de 31 anos, também foi indiciada. De acordo com a delegada Joyce Coelho, ela não tinha condições de cuidar da criança e teria negociado a entrega para quitar uma dívida com um agiota.
O recém-nascido recebeu alta no domingo (13) e foi acolhido por uma instituição de proteção à infância, sob acompanhamento do Conselho Tutelar.
O caso
A investigação revelou que Wesley chegou a acompanhar o parto e tentou registrar o bebê como seu filho, apresentando a Declaração de Nascido Vivo (DNV) no cartório, mas não conseguiu concluir o registro devido a falhas no sistema. No momento da prisão, o casal estava com o enxoval da criança, um carrinho de bebê e um carro alugado.
Além dos três investigados, a Polícia Civil apura se o caso integra uma rede de adoções ilegais entre Amazonas e São Paulo.
Há indícios de que outras pessoas estejam envolvidas, incluindo uma mulher natural de Manacapuru que vive em São Paulo e, segundo a polícia, atua na captação de interessados em adoções clandestinas.
A Corregedoria-Geral de Justiça foi acionada pelo presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Jomar Fernandes, para apurar as circunstâncias da soltura inicial do casal, que gerou questionamentos.
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