Empresário é condenado a 26 anos de prisão por lavagem de dinheiro ligada ao PCC
01/07/2025
(Foto: Reprodução) Vagner Borges Dias, conhecido como Latrell Brito, também teve imóveis confiscados pela Justiça em Mogi das Cruzes. Latrell Brito foi condenado a 26 anos de prisão em regime fechado
Reprodução/Redes sociais
O dono de empresas suspeitas de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), Vagner Borges Dias foi condenado nesta segunda-feira (30) a 26 anos e 8 meses de prisão em regime fechado. Conhecido como Latrell Brito, ele foi condenado por cometer o crime de lavagem de dinheiro por cinco vezes.
A sentença assinada pelo juiz da 2ª Vara Criminal de Mogi das Cruzes, Antonio Augusto Mestieri Mancini, acolheu parcialmente a acusação. A denúncia foi feita pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
O g1 solicitou um posicionamento à defesa de Latrell, mas não recebeu uma resposta até a última atualização desta reportagem.
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Latrell foi preso no dia 27 de janeiro, na Bahia, onde usava um nome falso. Ele estava foragido desde abril de 2024, quando a Operação Munditia apreendeu documentos e mostrou que o grupo do qual ele fazia parte conseguiu contratos em algumas cidades pagando propinas a agentes políticos.
A prisão preventiva do condenado foi mantida porque existe risco que ele fuja ou não cumpra a pena.
De acordo com a sentença, Latrell ainda foi condenado a pagar uma multa correspondente a 80 dias, sendo que cada dia equivale a um salário mínimo. Como ele cometeu o mesmo crime várias vezes, o que juridicamente é classificado como concurso material de crimes, a pena é somada.
A decisão determinou também o confisco de três imóveis que, segundo a Justiça, foram adquiridos com dinheiro de origem criminosa.
Esses imóveis foram bloqueados para que não possam ser vendidos ou transferidos até que a sentença não possa mais ser contestada. Depois disso, eles serão vendidos em leilão público, e o dinheiro arrecadado será destinado ao governo.
Outros dois imóveis que também teriam sido usados para lavar dinheiro não foram confiscados porque já tinham sido vendidos antes da investigação começar.
O Ministério Público solicitou ainda que o réu pagasse uma indenização por dano moral coletivo, mas o juiz negou o pedido porque não ficou comprovado que as ações do réu causaram prejuízo à sociedade de forma direta.
Relação com o Alto Tietê
Em janeiro deste ano, ex-servidores da Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos foram exonerados por envolvimento no esquema investigado pela Operação Munditia.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) o ex-vereador Flavio Batista de Souza, o "Inha", de Ferraz de Vasconcelos, por fraudes em licitações. Além de Inha, outras nove pessoas também foram denunciadas, incluindo Vagner Borges Dias, o Latrell Brito.
Segundo o MPSP, a suspeita é que o grupo tenha fraudado licitações para favorecer uma empresa ligada à facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Em abril do ano passado, Inha, além dos ex-vereadores Luiz Carlos Alves Dias, de Santa Isabel, e Ricardo Queixão, de Cubatão, foram presos na Operação Munditia.
Antes disso, em abril de 2024, a operação cumpriu mandados de busca e apreensão em um imóvel de Latrell, em Mogi das Cruzes. Os policiais tinham um mandado de prisão temporária contra o empresário, mas ele não estava no local.
De acordo com o boletim de ocorrência, na casa, que fica em um condomínio de alto padrão da cidade, foram apreendidas três pistolas, além de 89 munições calibre .380, 50 munições calibre .40 e mais 30 munições 9mm. Todo o armamento estava relacionado a Latrell.
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