Laboratório internacional em Campinas une Brasil e China em pesquisas avançadas com luz síncrotron; entenda
17/07/2025
(Foto: Reprodução) Superlaboratório Sirius, em Campinas
Reprodução/EPTV
Em um laboratório internacional no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), pesquisadores brasileiros trabalham com cientistas de Pequim (China) em estudos em luz síncrotron, buscando avanços em áreas como saúde, energia, meio ambiente e novos materiais.
O CNPEM é uma organização social vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia e abriga o Sirius, principal projeto científico brasileiro. O Sirius é um laboratório de luz síncrotron de 4ª geração, que atua como uma espécie de "raio X superpotente" que analisa diversos tipos de materiais em escalas de átomos e moléculas.
Entre os objetivos do novo laboratório, estão a formação de talentos, intercâmbios e troca de conhecimentos, e a busca por soluções inovadoras para desafios científicos de grande complexidade, com potencial de impacto global. Entenda abaixo.
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No China-Brazil Joint Laboratory for Synchrotron Science and Technology (CBJSync), laboratório internacional inaugurado em junho, em Campinas, atuam cientistas do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) e pesquisadores do Institute of High Energy Physics da Academia Chinesa de Ciências, em Pequim.
Entre as atividades já realizadas, estão experimentos em patrimônio cultural, simulação de condições extremas de temperatura e pressão, uso de tecnologias de onduladores e sistemas criogênicos.
O laboratório, inaugurado em junho deste ano, é fruto de um acordo de cooperação assinado em 2023. O acordo bilateral entre a instituição brasileira e representantes do Instituto de Física de Alta Energia (IHEP) da China foi uma formalização das intenções manifestadas pelos dois países durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China.
Os chineses estão com dois projetos de síncrotrons de quarta geração em curso. Na época, o diretor do CNPEM, Antônio José Roque da Silva, apontou que o acordo coloca o Brasil, que tem o Sirius, uma das três fontes dessa tecnologia em funcionamento, em uma "posição estratégica".
"Vamos dizer assim, o Brasil está mais à frente porque já tem um síncrotron funcionando e a China em breve vai ter o seu. Então, obviamente nesse momento há conhecimentos que o Brasil detém que na parceria haverá essa troca. Mas a China, por outro lado, tem uma série de outros conhecimentos em outras áreas que essa cooperação permite que a via inversa também ocorra", afirmou José Roque.
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Objetivos
Embora o foco seja em trabalhos conjuntos no laboratório internacional compartilhado, a colaboração inclui o intercâmbio de pesquisadores e a troca de experiências. Há um desejo mútuo de fortalecer o intercâmbio de jovens pesquisadores.
A expectativa é que a China contribua com competências em luz síncrotron e com a troca de experiência em competências complementares. Com isso, o CNPEM espera avançar em áreas como saúde, energia, meio ambiente e novos materiais.
“Estamos somando competências consolidadas em luz síncrotron para enfrentar, de forma conjunta, desafios científicos de grande complexidade. Esse laboratório representa uma oportunidade concreta para gerar conhecimento, formar talentos e impulsionar soluções inovadoras com potencial de impacto global”, destaca o diretor José Roque.
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