Lesão por 'agente contundente': laudo revela causa de fratura sofrida por criança em creche no interior de SP
17/05/2025
(Foto: Reprodução) Menino de três anos foi levado ao hospital em Cerquilho (SP), onde exames confirmaram duas fraturas na perna direita, no dia 12 de março. Laudo pericial constatou lesão corporal grave. Família percebeu o choro incomum e levou a criança ao hospital, que identificou as fraturas
Arquivo pessoal
Mais de 60 dias depois que a família de um menino de três anos procurou a polícia ao descobrir que a criança quebrou a perna em dois locais, após a creche municipal relatar que o menino estava com câimbra, em Cerquilho (SP), a avó dele ainda busca respostas sobre o ocorrido.
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O g1 teve acesso ao laudo pericial feito pelo Instituto Médico Legal (IML), que concluiu que as fraturas foram causadas por um "agente contundente".
Além disso, o laudo pericial apontou que: "A criança apresenta lesões corporais de natureza grave devido à incapacidade para atividades habituais por mais de 30 dias, ocasionada pelas fraturas".
O delegado de Cerquilho, Emerson Jesus Martins, explicou o que significa o termo "agente contundente": "É uma lesão que pode ser causada por uma martelada, paulada, pedra, barra de ferro, e etc. Não tem corte. Lesão pela pancada, algo pesado de superfície não afiada ou com ponta, até um soco ou chute", reforça.
Apesar de o laudo ter indicado a natureza da fratura, o inquérito ainda não foi concluído e não é possível afirmar o que aconteceu até o momento.
Perna da criança precisou ser enfaixada devido às fraturas identificadas no raio-x
Arquivo pessoal
"Vou até o fim para descobrir o que meu neto sofreu, foi muita coisa que aconteceu e eu não posso ficar assim calada", afirma Carol Kplari, avó da criança.
Há cerca de duas semanas e meia, Ravi tirou o gesso, que os médicos haviam colocado para ajudar na recuperação, em março. Na época, ele ficou com a perna direita inteira imobilizada.
Conforme a avó, a família ainda não foi informada sobre o que aconteceu, e eles não têm recebido apoio da prefeitura.
"Nesses 62 dias, de ter que ficar pedindo até alimentos para a prefeitura, porque eu não podia trabalhar, eles me cederam uma cesta básica, nada mais além disso. Eu tive ajuda de pessoas com fralda, com alimentos, pessoas terceiras, porque a prefeitura em nenhum momento se responsabilizou por nada", reclama.
O g1 entrou em contato novamente com a Prefeitura de Cerquilho para pedir atualizações sobre o caso, mas não conseguiu retorno até a última atualização desta reportagem. Já a Polícia Civil de Cerquilho segue investigando o caso.
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Retorno à creche
Carol conta que Ravi voltará a frequentar a creche onde o acidente ocorreu, pois não há vagas em outras unidades próximas. "O Conselho Tutelar me informou que o direito dele à educação não foi violado, então ele pode retornar", diz.
Segundo ela, a decisão foi tomada devido ao estado emocional do menino, que está muito ansioso.
Carol também destaca a ausência de câmeras de segurança na escola, o que preocupa a família, já que, conforme o boletim de ocorrência, as fraturas aconteceram durante o período em que Ravi estava na creche.
Relembre o caso
Conforme a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a avó da criança relatou que recebeu uma ligação da creche informando que seu neto estava chorando e sentia dores na perna. O menino foi levado ao hospital, onde exames confirmaram duas fraturas na perna direita. À polícia, a família relatou que a escola apresentou versões divergentes sobre o ocorrido.
O g1 teve acesso ao boletim de ocorrência. De acordo com a declaração da avó, a coordenadora da creche ligou para a família pedindo que fosse buscar o aluno, pois ele estaria assistindo TV e acharam que ele estava com câimbra, pois chorava muito e dizia estar com dor na perna.
Ainda conforme o BO, após atendimento médico, o raio-x identificou duas fraturas na perna direita, que, segundo a família, não foram informadas pela escola.
Raio-x mostra fraturas no osso de criança de três anos após ela ter sido buscada em creche no interior de SP
Arquivo pessoal
O que disse a prefeitura na época
Em nota, a Prefeitura de Cerquilho informou, na época, que o aluno chegou normalmente à escola acompanhado da mãe, participou das atividades e, em determinado momento, começou a chorar e apresentar dificuldade para apoiar o pé no chão.
Ainda segundo a prefeitura, a direção foi acionada, mas não foram identificados sinais aparentes de queda ou lesão. A avó, responsável legal, foi contatada e, posteriormente, a mãe buscou a criança.
No início da tarde, a escola foi informada pela família sobre as fraturas. Familiares foram até a unidade em busca de esclarecimentos e, após conversas com a equipe, a avó optou por manter o neto matriculado, reconhecendo o atendimento prestado.
Na época, a Secretaria da Educação acompanhava o caso e afirmou que havia duas profissionais em sala no momento do ocorrido. A prefeitura determinou que a Secretaria da Saúde acompanhasse a recuperação da criança.
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