Mulher usa prótese facial após diagnóstico tardio de câncer: 'Passei um ano achando que era uma espinha'

  • 22/06/2025
(Foto: Reprodução)
Alaíde Forato, moradora de Amparo (SP) de 77 anos, acabou perdendo o olho direito e parte do maxilar. Após reaparição do tumor, complicações da radioterapia e novas cirurgias, professora mantém rotina de cuidados e vida ativa. Após reaparição do tumor, complicações da radioterapia e novas cirurgias, Alaíde mantém rotina de cuidados e vida ativa. Arquivo pessoal A professora Alaíde Forato, moradora de Amparo (SP) de 77 anos, acabou perdendo o olho direito e parte do maxilar por conta do diagnóstico tardio de um câncer de pele, que foi tratado por médicos como espinha. Depois da cirurgia, ela passou a usar uma prótese facial. Por conta do reaparecimento do tumor e consequências da radioterapia, Alaíde precisou passar por novas cirurgias em 2023 e 2024, no Hospital de Clínicas da Unicamp. Ela continua em acompanhamento no hospital, segue uma rotina de cuidados com a prótese e mantém a vida ativa. Segundo o Dr. Carlos Chone, a professora teve um câncer de pele considerado comum, geralmente causado por exposição solar. Confira abaixo. Siga o g1 Campinas no Instagram 📱 O problema começou há cerca de 40 anos, quando uma pequena lesão surgiu no rosto de Alaíde. Na época, com 36 anos, o acesso a dermatologistas em Amparo e os recursos eram limitados, e a mulher foi atendida inicialmente por um clínico geral. Ele receitou apenas uma pomada, o que piorou a lesão. Alaíde relata que passou por vários atendimentos médicos na cidade, sem que nenhum profissional lhe desse um diagnóstico preciso. Em um dos casos, o médico chegou a realizar uma cauterização com gelo seco, o que agravou ainda mais a lesão. O ferimento continuou aumentando, mas a professora não suspeitava de algo grave. “Eu apertei porque achei que fosse uma espinha normal. Só depois vi que não cicatrizava. Se eu desconfiasse de algo mais grave, não teria nem tocado. Eu achava que era só uma questão de tempo para cicatrizar. Seguia a vida normalmente, colocando band-aid para cobrir”, conta. O diagnóstico definitivo veio meses depois, em 1984, quando Alaíde teve mais sintomas e procurou atendimento em um hospital na cidade de São Paulo. Lá, ela foi diagnosticada com um carcinoma basocelular, um tipo de câncer de pele, e ficou internada por dois meses. “Foi lá que finalmente me disseram que era câncer”, conta. Tratamento e cirurgias Após o diagnóstico, Alaíde precisou passar por uma cirurgia, na qual perdeu o olho direito e parte do rosto, em 1985. “A célula cancerosa já tinha atingido o nervo óptico e o osso do maxilar”, ela explica. Depois, a professora passou a usar uma prótese que cobre metade da face. “A adaptação para o meu novo rosto até que foi bem rápida, porque eu sou uma pessoa que encara as coisas com a realidade. Eu prefiro viver com um rosto, um tanto quanto diferente da maioria das pessoas, do que ser levada para a eternidade”, afirma. Em 2023, o tumor reapareceu e Alaíde precisou passar por outra cirurgia no Hospital de Clínicas da Unicamp, seguida de 25 sessões de radioterapia. Segundo o médico responsável pelo tratamento na Unicamp, Dr. Carlos Chone — otorrinolaringologista e cirurgião de cabeça pescoço — apesar de não gerar metástase, esse tipo de câncer pode ser localmente agressivo e invadir tecidos profundos. "Às vezes tem extensões que crescem por baixo da pele, como se tivesse braços, como o de um caranguejo. Cada braço vai virar um novo câncer", explica o médico. Ainda de acordo com o médico, o carcinoma basocelular é o tipo mais comum de câncer de pele, geralmente causado por exposição solar. É preciso garantir a remoção completa do tumor em cirurgia para que ele não volte a se espalhar. "Quando o tumor já é extenso, a chance de evolução é um pouco maior. Porque ele já está mais espalhado. Então a gente precisou fazer uma cirurgia maior para tentar remover por completo." relata o médico. Já em setembro de 2024, uma outra cirurgia foi necessária, dessa vez para tratar as sequelas da radiação, que causou necrose em parte do osso do crânio. “Foi uma cirurgia muito delicada porque as células estavam atingindo a meninge. Está tudo cicatrizado, mas ainda vou fazer acompanhamento provisoriamente por uns cinco anos”, explica Alaíde. Com câncer tratado como espinha, mulher usa prótese facial após diagnóstico tardio Arquivo pessoal Prótese facial e rotina A prótese facial precisa ser higienizada diariamente. “A limpeza da prótese é rigorosa. É como dormir de sapato. É algo incômodo”, descreve Alaíde. Ela explica que a peça tem que estar bem ajustada para não causar dor. “Eu me sinto bem com ela, sim. Só que ela tem que ser 'bem-feitinha' para não machucar. Se tiver algum lugar que machuca, daí é desagradável, né? Porque fica doendo. Mas a minha doutora é ótima. Se tem algum lugarzinho que, porventura, machuque, ela já arruma e fica tudo bem", conta. A perda da visão de um dos olhos acabou impactando a carreira de Alaíde. Professora em duas escolas da rede pública, ela teve que se aposentar. “Com uma vista só, sobrecarregar o outro olho colocaria em risco a visão restante”, relata. Ela conta que o uso da prótese ainda desperta reações em público, especialmente entre crianças. "Às vezes, me sinto constrangida. Para a criança é um negócio bastante diferente, né? Quando estou em um posto de saúde ou em algum outro lugar, tipo supermercado, eu sinto que a criança mexe com a mãe e fala: ‘Mãe, por que aquela moça usa aquilo?’", conta. Hoje, Alaíde mantém os cuidados com a saúde e uma rotina ativa. “Eu me sinto uma pessoa normal e saudável, mantenho os meus exames sempre anuais, bem feitos e tenho uma vida ativa normal", afirma. Orientações médicas e prevenção De acordo com Chone, lesões de pele que não cicatrizam, principalmente em pessoas de pele clara e com histórico de exposição ao sol, precisam ser investigadas. “Quando há lesões de pele que não melhoram, que têm crescimento ao longo de seis meses, tem que se pensar em câncer de pele já logo de cara”, alerta o médico. A principal forma de prevenção, segundo ele, é o uso regular de protetor solar desde a juventude. “O principal é o protetor solar. A radiação solar é cumulativa, então desde a adolescência é muito importante o uso de protetor solar”, reforça. *Estagiária sob supervisão de Bárbara Camilotti. Com câncer tratado como espinha, mulher usa prótese facial após diagnóstico tardio Arquivo pessoal VÍDEOS: saiba tudo sobre Campinas e Região Veja mais notícias da região no g1 Campinas Veja mais notícias da região no g1 Campinas

FONTE: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2025/06/22/mulher-usa-protese-facial-apos-diagnostico-tardio-de-cancer-passei-um-ano-achando-que-era-uma-espinha.ghtml


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