Ser Acessível: g1 e EPTV lançam série de reportagens em formato visual inédito com o máximo de recursos de acessibilidade
17/05/2025
(Foto: Reprodução) Modelo de vídeo jornalístico desenvolvido em parceria com especialistas reúne, simultaneamente, audiodescrição, intérprete de Libras em tamanho ampliado e legenda descritiva, sem necessidade de ativação de qualquer recurso de acessibilidade. Conteúdo integra a série 'Ser Acessível'. Ser Acessível: g1 e EPTV lançam série de reportagens em formato visual inédito
O g1 e a EPTV desenvolveram, em parceria com especialistas em acessibilidade, um modelo inédito de reportagens multimídia que reúne, simultaneamente, audiodescrição, intérprete de Libras em tamanho ampliado e legenda descritiva.
O formato foi criado especialmente para a produção da série "Ser Acessível", que abordará desafios e bons exemplos na educação de crianças e adolescentes com deficiência. As reportagens serão veiculadas entre os dias 19 e 21 de maio, no EPTV2 das regiões de Campinas, Ribeirão Preto, São Carlos e Sul de Minas, e com conteúdo exclusivo no g1.
O formato
Pelo modelo de comunicação desenvolvido para os vídeos jornalísticos, o material poderá ser compreendido por pessoas com ou sem deficiência, sem a necessidade de ativação de qualquer recurso de acessibilidade, seja no televisor, computador ou celular.
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Nas reportagens escritas no g1, pessoas com deficiência visual podem usar leitores de tela, recursos de acessibilidade disponíveis em computadores, tablets e celulares, para ter acesso ao conteúdo.
Já as fotos nas reportagens contarão com uma legenda descritiva, acompanhada da hashtag #paratodosverem, produzidas em parceria com profissionais de audiodescrição.
"Entendemos que esse projeto, com o respaldo de especialistas, pode pavimentar caminhos para produções jornalísticas cada vez mais inclusivas. E o passo inicial que quisemos dar com esta série é exatamente a elaboração de um formato de reportagem que, hoje, é executado com certa complexidade, mas, esperamos, no futuro, possa amadurecer e ser incorporado cada vez mais na rotina das produções", disse a gerente de jornalismo do g1 Campinas, Lana Torres.
Entenda, abaixo, como o modelo de reportagem acessível em vídeo foi desenvolvido:
Intérprete de Libras
Para melhor compreensão do conteúdo por pessoas surdas, as reportagens em vídeo da série "Ser Acessível" terão o intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) em um tamanho maior, com maior protagonismo.
Vale destacar que a Libras é reconhecida por lei como meio de comunicação e expressão desde 2002, e que possui particularidades como qualquer idioma - não é, portanto, o português interpretado por sinais.
O jornalista e intérprete de Libras, Fabiano Campos, durante gravação da série "Ser Acessível" - #paratodosverem: Fabiano Campos, de perfil esquerdo, sinaliza Libras durante a gravação para a série "Ser Acessível"
Thomaz Marostegan
Como o formato foi desenvolvido?
O aspecto visual criado para a série foi feito pelo designer Edison Garcia, responsável pela computação gráfica da EPTV. Ele partiu de um modelo desenvolvido pela fonoaudióloga doutora em Linguística pela PUC-São Paulo, Cláudia Cotes, e validado pelo jornalista e intérprete de Libras, Fabiano Campos.
"Você mora num país que tem uma língua falada, que é a língua portuguesa, mas que também tem a língua de sinais, que também é oficial. Então é um ganho. E o tempo todo a comunidade surda teve que atender à necessidade dela com esse quadradinho, que muitas vezes é ruim para ver", explica Campos.
O intérprete de Libras lembra que o formato mais conhecido nas transmissões pode ser difícil de compreender por quem tem um televisor menor, ou se a pessoa acompanha o conteúdo pelo celular ou tablet.
"Quando tem esse formato [maior], até no celular para mim fica supervisível, supergrande", pede.
Audiodescrição
Para pessoas com deficiência visual, a audiodescrição é responsável por traduzir em palavras as imagens que estão sendo apresentadas nas reportagens.
O recurso começa a se popularizar em especial na área de artes, como teatro e cinema, mas será utilizado no jornalismo do g1 e EPTV pela primeira vez.
Para a série "Ser Acessível", a professora Bell Machado, pioneira na área de audiodescrição no Brasil, atuou com capacitação e acompanhamento da produção dos textos, e sua voz estará presente nas reportagens, em um trabalho que conta com validação do consultor em audiodescrição João Braz.
"A gente fala muito de inclusão, mas, na verdade, o que a pessoa com deficiência precisa é do acesso. Seja um acesso arquitetônico, um acesso comunicacional, e daí elas vão se incluir naturalmente. A gente só tem que dar o que lhes é de direito, que é o acesso à informação", explica Bell Machado.
#paratodosverem: Em um pequeno estúdio de gravação na EPTV, com paredes de madeira, a audiodescritora Bell Machado grava a audiodescrição dos episódios da série "Ser Acessível". Ela lê o roteiro de AD em um notebook a sua frente. Bell é branca de cabelos castanhos cacheados, nas altura dos ombros. Usa óculos de grau e um vestido estampado em tons terrosos
Estevão Mamédio/g1
Legenda descritiva
Durante toda a reportagem em vídeo, o conteúdo falado será oferecido também em um formato de legenda descritiva, descrevendo diálogos para criar uma experiência mais completa e inclusiva para compreensão da reportagem.
Claudia Cotes explica que para a aplicação desse recurso de acessibilidade são pensados desde a escolha do tamanho, formato e cor das letras, com contraste, para facilitar, por exemplo, a leitura por pessoas com baixa visão.
"Comunicação é uma ação comum. Para ela ser comum para mim e para você, a gente tem que entender as diferenças. Eu tenho algumas necessidades, você tem outras. A pessoa que não enxerga tem outras necessidades, a que não escuta tem outras. Então, quando a gente cria essas possibilidades de adaptação, a gente atinge nosso grande propósito, que é informar", destaca Cláudia Cotes.
Informação sempre vai envolver o amor e um propósito. Quando essas duas áreas se unem, a gente tem uma transformação social."
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'Ser Acessível'
A série de reportagens 'Ser Acessível' aborda desafios para a inclusão de crianças e adolescentes com deficiência na educação básica, destaca bons exemplos de trabalhos desenvolvidos em escolas públicas e apresenta números sobre aumento da demanda pela educação especial.
Também explica como a tecnologia assistiva ajuda a eliminar barreiras, e apresenta histórias inspiradoras.
O conteúdo antecede a 4ª edição do “Fórum Diálogos na Educação”, realizado pelo Instituto EP no dia 22 de maio, em Piracicaba (SP), com transmissão ao vivo pelo g1.
'Diálogos na Educação': com palestra de Elisama Santos, g1 transmite fórum ao vivo
Agradecimentos
Bell Machado - audiodescrição (@machado.bell)
Claudia Cotes - fonoaudiologia (@claudiacotes.fono)
Fabiano Campos - interpretação de libras (@fabianogold)
#paratodosverem: Na penumbra, na frente de uma mesa com dezenas de botões de controles de transmissão da EPTV, homem observa diversas telas coloridas de tamanhos diversos
Thomaz Marostegan
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